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segunda-feira, 12 de julho de 2021

MERCENÁRIOS Haiti anuncia prisão de mentor da morte do presidente


Médico residente na Flórida é detido como suposto mentor de assassinato do presidente do Haiti

Segunda-Feira, 12/07/2021, 11:19 - Atualizado em 12/07/2021, 11:18 -  Autor: Com informações da BBC

   

Polícia do país caribenho diz que assassinato do presidente foi um “crime político” orquestrado por Christian Emmanuel Sanon
 Polícia do país caribenho diz que assassinato do presidente foi um “crime político” orquestrado por Christian Emmanuel Sanon | Marcello Casal Jr. - Agência Brasil.

As autoridades de segurança do país caribenho, considerado o mais pobre das Américas, divulgaram no domingo (11) que Christian Emmanuel Sanon, um médico haitiano de 63 anos, residente na Flórida, voou para o Haiti em um jato particular no início de junho com "motivos políticos".

Vídeo mostra ataque que matou o presidente do Haiti

Ex-militares são suspeitos de matar o presidente do Haiti

Jovenel Moïse, 53, foi morto em sua residência no dia 7 de julho, por 28 mercenários estrangeiros, conforme investigações da Polícia do Haiti.

A prisão de Sanon foi anunciada em uma coletiva policial na noite de domingo (11) na capital, Porto Príncipe. “Este é um indivíduo que entrou no Haiti em um avião particular com objetivos políticos”, disse o chefe de polícia do Haiti, Leon Charles.

Ele disse que o plano inicial era prender o presidente Moïse, mas "a missão mudou". Ele não deu mais detalhes. "Quando nós, a polícia, bloqueamos o progresso desses bandidos depois que eles cometeram o crime, a primeira pessoa para quem um dos agressores ligou foi Christian Emmanuel Sanon", disse Charles. "Ele contatou duas outras pessoas que consideramos os mentores do assassinato do presidente Jovenel Moïse." O chefe de polícia não disse quem eram as outras duas pessoas.

Apoio americano

Uma delegação de altos funcionários de segurança e justiça dos EUA chegou no domingo ao Haiti para avaliar a situação da segurança. A equipe também se reunirá com três políticos haitianos. cada um deles afirma ser o líder legítimo do país.

Após o ataque, as autoridades do Haiti pediram aos EUA e à ONU que enviassem tropas ao país para proteger a infraestrutura essencial. A administração do presidente Joe Biden inicialmente rejeitou o pedido – mas agora decidiu examinar a situação mais de perto.

Jovenel Moïse era presidente do Haiti, a nação mais pobre das Américas, desde 2017. Seu mandato foi difícil, pois ele enfrentou acusações de corrupção e houve manifestações generalizadas na capital e em outras cidades no início deste ano .

As eleições parlamentares deveriam ter sido realizadas em outubro de 2019, mas as disputas as atrasaram, o que significa que Moïse estava governando por decreto. Ele havia planejado realizar um referendo sobre as mudanças constitucionais propostas em setembro.

Em fevereiro deste ano, no dia em que a oposição queria que ele deixasse o cargo, Moïse disse que uma tentativa de matá-lo e derrubar o governo havia sido frustrada.

Ainda não está claro quem organizou o ataque da semana passada e com que motivo. Várias perguntas permanecem sem resposta, incluindo como os supostos assassinos conseguiram entrar na propriedade. Os guarda-costas de Moïse devem ser interrogados no final desta semana.

Uma figura proeminente da oposição expressou abertamente ceticismo sobre a versão atual dos eventos. O ex-senador haitiano Steven Benoit disse à rádio local Magik9 na sexta-feira que "não foram os colombianos que o mataram", mas não forneceu evidências para apoiar suas afirmações.

A polícia haitiana disse que a maioria dos mercenários era colombiana, enquanto dois eram cidadãos americanos.

Quem está no comando do Haiti?

A constituição diz que a Assembleia Nacional deve escolher outro presidente. Mas as disputas significaram que as eleições marcadas para outubro de 2019 não ocorreram - e Moïse estava governando por decreto em meio a protestos generalizados.

Emendas à constituição – não aceitas por todos – sugerem que o primeiro-ministro deve assumir.

Mas o Haiti tem um primeiro-ministro interino, Claude Joseph, e um novo nomeado, Ariel Henry, que ainda não prestou juramento. Ambos afirmam estar no comando.

Na sexta-feira, um grupo de partidos políticos assinou uma resolução proclamando um novo presidente – Joseph Lambert – com Henry atuando como seu primeiro-ministro.

A situação faz pouco para resolver a instabilidade política e econômica que há muito tempo assola a nação.

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