As autoridades de segurança do país caribenho, considerado o mais pobre das Américas, divulgaram no domingo (11) que Christian Emmanuel Sanon, um médico haitiano de 63 anos, residente na Flórida, voou para o Haiti em um jato particular no início de junho com "motivos políticos".
Vídeo mostra ataque que matou o presidente do Haiti
Ex-militares são suspeitos de matar o presidente do Haiti
Jovenel Moïse, 53, foi morto em sua residência no dia 7 de julho, por 28 mercenários estrangeiros, conforme investigações da Polícia do Haiti.
A prisão de Sanon foi anunciada em uma coletiva policial na noite de domingo (11) na capital, Porto Príncipe. “Este é um indivíduo que entrou no Haiti em um avião particular com objetivos políticos”, disse o chefe de polícia do Haiti, Leon Charles.
Ele disse que o plano inicial era prender o presidente Moïse, mas "a missão mudou". Ele não deu mais detalhes. "Quando nós, a polícia, bloqueamos o progresso desses bandidos depois que eles cometeram o crime, a primeira pessoa para quem um dos agressores ligou foi Christian Emmanuel Sanon", disse Charles. "Ele contatou duas outras pessoas que consideramos os mentores do assassinato do presidente Jovenel Moïse." O chefe de polícia não disse quem eram as outras duas pessoas.
Apoio americano
Uma delegação de altos funcionários de segurança e justiça dos EUA chegou no domingo ao Haiti para avaliar a situação da segurança. A equipe também se reunirá com três políticos haitianos. cada um deles afirma ser o líder legítimo do país.
Após o ataque, as autoridades do Haiti pediram aos EUA e à ONU que enviassem tropas ao país para proteger a infraestrutura essencial. A administração do presidente Joe Biden inicialmente rejeitou o pedido – mas agora decidiu examinar a situação mais de perto.
Jovenel Moïse era presidente do Haiti, a nação mais pobre das Américas, desde 2017. Seu mandato foi difícil, pois ele enfrentou acusações de corrupção e houve manifestações generalizadas na capital e em outras cidades no início deste ano .
As eleições parlamentares deveriam ter sido realizadas em outubro de 2019, mas as disputas as atrasaram, o que significa que Moïse estava governando por decreto. Ele havia planejado realizar um referendo sobre as mudanças constitucionais propostas em setembro.
Em fevereiro deste ano, no dia em que a oposição queria que ele deixasse o cargo, Moïse disse que uma tentativa de matá-lo e derrubar o governo havia sido frustrada.
Ainda não está claro quem organizou o ataque da semana passada e com que motivo. Várias perguntas permanecem sem resposta, incluindo como os supostos assassinos conseguiram entrar na propriedade. Os guarda-costas de Moïse devem ser interrogados no final desta semana.
Uma figura proeminente da oposição expressou abertamente ceticismo sobre a versão atual dos eventos. O ex-senador haitiano Steven Benoit disse à rádio local Magik9 na sexta-feira que "não foram os colombianos que o mataram", mas não forneceu evidências para apoiar suas afirmações.
A polícia haitiana disse que a maioria dos mercenários era colombiana, enquanto dois eram cidadãos americanos.
Quem está no comando do Haiti?
A constituição diz que a Assembleia Nacional deve escolher outro presidente. Mas as disputas significaram que as eleições marcadas para outubro de 2019 não ocorreram - e Moïse estava governando por decreto em meio a protestos generalizados.
Emendas à constituição – não aceitas por todos – sugerem que o primeiro-ministro deve assumir.
Mas o Haiti tem um primeiro-ministro interino, Claude Joseph, e um novo nomeado, Ariel Henry, que ainda não prestou juramento. Ambos afirmam estar no comando.
Na sexta-feira, um grupo de partidos políticos assinou uma resolução proclamando um novo presidente – Joseph Lambert – com Henry atuando como seu primeiro-ministro.
A situação faz pouco para resolver a instabilidade política e econômica que há muito tempo assola a nação.
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