A polícia alemã afirmou nesta sexta-feira (22) que um tiroteio foi registrado no shopping center Olympia, em Munique. Segundo a imprensa alemã, a polícia acredita que há “vários mortos e feridos” na ação, que pode ter envolvido mais de um atirador. Até o momento, autoridades buscam os autores do ataque, e há uma grande operação de segurança em toda a cidade. A polícia suspeita de terrorismo.
Segundo o ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, ao menos três pessoas morreram. A agência France Presse, citando fontes da polícia, diz que há seis mortos e que o número de vítimas pode aumentar.
A polícia alemã está à procura dos criminosos e diz que a situação geral na cidade “ainda não é clara” –mais de um tiroteio pode ter ocorrido, em diferentes locais, informação que não está confirmada. Os agentes também atendem a um chamado ocorrido no centro da cidade, que fica distante do shopping.
Testemunhas disseram ter visto três homens armados. Essas testemunhas também afirmaram que havia tiroteio em ruas próximas, assim como no interior do shopping center Olympia.
A polícia alemã pediu à população que evitasse lugares públicos na cidade. Além disso, orientou os moradores para que não postem imagens nas redes sociais. “Não apoie os criminosos”, escreveu a polícia.
A principal estação de trem foi esvaziada, e os serviços de ônibus e metrô foram suspensos.
A emissora CNN mostrou um vídeo, publicado nas redes sociais, de um homem atirando na saída de uma lanchonete externa do McDonalds. Pelo Facebook, a polícia alemã confirmou que um tiroteio começou nas ruas de Munique e depois foi registrado dentro do shopping Olympia.
Vários agentes rodearam o centro comercial e helicópteros sobrevoaram a região.
O shopping foi esvaziado. Nas redes sociais, moradores de Munique estão oferecendo abrigo aos que estão nas ruas sem ter como se deslocar, já que não há transporte público.
Policiais fazem guarda em estação de metrô próximo a local de tiroteio, em Munique
A Bayerischer Rundfunk, emissora pública de Munique, informou que testemunhas disseram ter visto um homem abrindo fogo contra um café e na estação de metrô que fica abaixo do shopping.
A jornalista brasileira Sylvia Siqueira Campos, que chegou nesta sexta-feira a Munique para participar de um evento, relatou ao UOL como está o ambiente na região do shopping –ela está hospedada em um hotel próximo. “Eu simplesmente desci na estação errada. Por 10 minutos, eu estaria dentro do local dos tiros. É uma sensação muito ruim”, contou.
A Alemanha está em estado de alerta desde que um jovem de 17 anos invadiu um trem em Wurzburg e atacou com um machado os passageiros na última segunda-feira (18). No episódio, quatro pessoas ficaram feridas e o atacante, que teria jurado lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico, foi morto pelos policiais.

Atentado de 1972

Munique foi palco do maior atentado da história dos Jogos Olímpicos. No dia 5 de setembro de 1972, um grupo de terroristas palestinos da organização Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica de Munique e ingressou nos dormitórios da delegação israelense. Duas pessoas foram assassinadas imediatamente e outras nove foram feitas reféns do grupo. Os terroristas pediram a libertação de 200 árabes prisioneiros em Israel e ameaçaram executar dois reféns a cada hora.
As competições tiveram que ser suspensas, enquanto seguiam as negociações entre os palestinos e as autoridades alemãs. A Vila Olímpica foi cercada por 4.000 policiais. Com a chegada da noite, a polícia convenceu o comando a seguir para o Cairo (Egito).
Dois helicópteros partiram com os oito palestinos e os nove reféns em direção ao aeroporto militar. Na chegada ao aeroporto, a polícia lançou um ataque que resultou na morte de 18 pessoas, entre elas os nove reféns, cinco terroristas palestinos, um policial e o piloto de um dos helicópteros.
Na última quinta (21), agência de monitoramento de terrorismo SITE informou que um canal de extremistas do aplicativo Telegram citou o atentado em Munique-1972 como exemplo para que terroristas possam fazer atentados nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.