O céu estava totalmente azul, sem praticamente nenhuma nuvem. Os sinos na Basílica Santuário de Nazaré, em Belém, soavam às 17h, ontem. Os portões coloridos por fitas estavam trancados. Não abriram. Tem sido assim nos últimos dois meses, desde que o novo coronavírus chegou em Belém.
Agora, mais do que nunca, é com os “olhos da fé” que devotos paraenses tentam enxergar a imagem original de Nossa Senhora de Nazaré, que está ali dentro da Basílica, próxima ao altar-mor. Desceu do Glória, na última segunda-feira (25), durante uma celebração transmitida apenas pela TV e redes sociais.
Isolamento social: aproveite para melhorar seu currículo
Concurso para hospitais universitários tem salários que chegam a R$ 8,9 mil
Na tarde de ontem, alguns devotos, bem emocionados, rezavam na frente da Igreja. A atmosfera do momento lembra bastante ao que é vivido durante o período do Círio, quando a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré é levada em procissão pelas ruas da cidade.
Devoção
“Vim agradecer e pedir uma graça para toda Belém”, contou emocionada a devota Marcelly Melo que, ajoelhada, rezou um terço na porta da Basílica Santuário de Nazaré. Chegou calada, com olhar atento para o templo. As celebrações ali têm sido realizadas sem o público presente. Deixou o local sorrindo, parecia mais leve. “Que Deus e Nossa Senhora de Nazaré os abençoe”, disse à equipe de reportagem, enquanto se afastava da igreja.
O promotor de eventos Luis Henrique Chada, 49 anos, destacou que trabalha próximo da Basílica e que, na volta para casa, é certo parar na frente do Santuário para fazer uma oração. Faz isso todos os dias. “Antes da pandemia entrava, agora faço aqui de fora. Tento ser breve e ficar distante das pessoas”, disse.
Ele não tocou na grade do portão, nem das fitas amarradas. Preferiu evitar este contato. Mas ergueu as duas mãos e rezou. “Que Nossa Senhora de Nazaré estenda o seu manto de amor sobre nós”, pediu. “Belém sedia um dos maiores eventos marianos do mundo, acredito que a nossa corrente de oração, os nossos pedidos, são ouvidos com mais força por ela (pela padroeira)”, destacou o devoto.
“Eu quero a cura para a humanidade”
Pedidos por saúde e pela cura para a Covid-19 parecem ser unanimidades entre os fiéis na frente de igrejas de Belém. Ontem (27), por exemplo, a aposentada Regina Celia Rodrigues, 66, precisou ir ao centro comercial e, na volta para casa, parou na frente da Igreja de Sant’ Ana e rezou.
O templo também está com as portas fechadas, para evitar aglomerações. “Ah! Meu filho. Eu quero a cura para a humanidade. Vivemos tempos difíceis por causa do coronavírus e também com este cenário político, em que as pessoas parecem adoecidas pelo ódio”, disse.
Regina, inclusive, faz trabalhos voluntários para uma igreja em Icoaraci, onde mora. Destaca que tem fé e esperança por dias melhores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obrigado por voce ter deixado seu comentario. volte sempre