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sexta-feira, 29 de maio de 2020

RISCOS Belém vive clima de férias com crianças brincando nas ruas


 sexta-feira, 29/05/2020, 08:03 - Atualizado em 29/05/2020, 08:16 -  Autor: Luiz Guilherme Ramos

    

Totalmente desprotegidas, as crianças brincam tranquilamente nas ruas, ao contrário do que orientam as autoridades de saúde. O lockdwon acabou. O isolamento não.
 Totalmente desprotegidas, as crianças brincam tranquilamente nas ruas, ao contrário do que orientam as autoridades de saúde. O lockdwon acabou. O isolamento não. | Wagner Santana

A cena é muito comum nas lembranças. Nem parece que estamos vivenciando a maior pandemia registrada nas últimas décadas no mundo. A crise provocada pelo novo coronavírus, que matou milhares de pessoas nos quatro cantos do mundo, ainda não está controlada, mas nas ruas, o sentimento após o fim do lockdown, decretado pelo Governo do Estado, é de que tudo voltou ao normal, principalmente para as crianças e jovens, que saem de casa para aproveitar o período antecedente ao mês de julho.

O lockdown encerrou no último dia 24. Desde então, como uma avalanche, pessoas foram às ruas, seja a trabalho ou a passeio. Muitos de máscara. Outros não. Mas uma atividade específica chama a atenção: as tradicionais pipas já colorem os céus da capital. Em vários bairros é possível ver dezenas de crianças e jovens numa tradição agora perigosa soltando pipas, ignorando os riscos de possíveis contágios da Covid-19.

Na Terra Firme, por exemplo, próximo ao canal do Tucunduba, a cena é clássica. Grupos de crianças com suas linhas enceradas e pipas coloridas tocam um ritual antigo, que se inicia sempre perto das férias escolares. Este ano, porém, as “férias” perduram há meses, desde que o governo decretou a suspensão das aulas, devido ao alto risco de contaminação nas escolas. Com o ano letivo comprometido, crianças vão às ruas como se fossem eternas férias, embora o recomendado seja o aposto.

Durante a pandemia é necessário se resguardar, pois a melhor forma de evitar a propagação do vírus é manter-se distante de outras pessoas. Mas no imaginário infantil essa regra parece não existir.

O serviços gerais Mário Nascimento, 59, assiste a cena todas as tardes e diz que a vida está tomando novamente seu rumo. “Olha, não tem como fazer elas ficarem em casa. A mesma coisa vale para os adultos. Se a gente não trabalhar, não come. Eles estão sem fazer nada, então a tendência é que saiam para as ruas. Sempre foi assim”, afirma.

Mário Nascimento já nem se incomoda com o vai e vem dos garotos, muitos sem máscara, inclusive ele, que trabalha diariamente em qualquer atividade que lhe for ofertada.

Os mais de 35 mil casos confirmados e 2.785 óbitos em todo o Estado reforçam a necessidade de manter-se em casa. Ainda que o clima de normalidade e o relaxamento das medidas mais severas esteja em curso, é necessário entender que a forma de transmissão do vírus é silenciosa e seus efeitos são imprevisíveis.

As mortes não escolhem idade e crianças e jovens também estão entre as vítimas fatais. Quanto mais cedo os níveis de transmissão caírem, mais duradouro e tradicional será o colorido nos céus e a correria no chão aos gritos de “ovaite, penoso”.DOL

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