Marlene levou uma vida muito difícil em Afogados de Ingazeira, no sertão de Pernambuco, e parou de estudar aos 13 anos para trabalhar como empregada doméstica. Mais tarde, Roberta fez questão de ajudá-la a retomar o estudo e, graças a isso, Marlene conseguiu ajudar Roberta a pagar a faculdade de pedagogia.
“Quando eu estava na 8ª série, ajudei minha mãe a estudar. Ela cursava a EJA na Escola Barão do Rio Branco. Não sabia muito, mas ajudei no que pude. Lembro dela saindo super feliz das provas de matemática porque tirava as notas mais altas da sala”, conta Roberta.
Como o país enfrenta uma pandemia da Covid-19, a faculdade de Roberta, Universidade Metropolitana de Santos, limitou a realização das formaturas e colações de grau.
O único momento em que os familiares poderiam ter contato com os formandos seria durante a sessão de fotos. Foi aí que Roberta achou a oportunidade perfeita para homenagear a mãe.
Hora da fotografia
Roberta vestiu o uniforme que a mãe utiliza durante o trabalho por baixo da beca e na hora da fotografia revelou a homenagem.
“Na hora em que fomos tirar a foto, eu abri a beca e ela viu a roupa. Ela começou a chorar e me abraçou. Ela não falou nada porque eu acho que não tem palavras que possam expressar qualquer tipo de sentimento que ela teve naquele momento”, descreveu Roberta.
“Ela é uma mulher nordestina, que veio para São Paulo, para sair da fome, da miséria. Acabou crescendo aqui, conseguiu trabalho, terminar os estudos. Ela merece de fato ser homenageada por tudo que ela fez por mim, pelo meu irmão e pelo meu pai”, disse a filha.
Segundo Roberta, a mãe merece mais do que uma simples homenagem. “A história da minha mãe é uma história dura, de milhões de brasileiros que viveram na miséria por muito tempo, uns tiveram sucesso conseguiram sair e outros não”, finalizou Roberta.
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