AUnidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas de Santarém no oeste paraense, registrou um aumento de internações de pessoas com menos de 60 anos. Nesse primeiro período do ano foram cerca de 38,83%, em relação ao total de internações realizadas. A internação de pessoas mais jovem tem preocupado os especialistas que atuam na unidade. Mesmo não fazendo parte do grupo de risco e nem liderando nas estatísticas de óbitos por conta do vírus, o aumento das internações tem sobrecarregado o sistema de saúde da região.
Durante o mês de janeiro até o dia 18 de fevereiro deste ano, 381 novas internações foram registradas no Sistema do Sivep-Gripe, que é utilizado pela vigilância Epidemiológica das instâncias estaduais e municipais para inserção das fichas dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e hospitalização dos pacientes. Desse número, 25 pessoas estão abaixo dos 35 anos, um total de 6,56%, 142 pacientes com idade de 35 a 59 anos também ocupam os leitos, uma porcentagem de 32,27%. Já na faixa etária de 60 a 79 anos, o número de paciente chega a 153, cerca de 40,15%. Os pacientes acima de 80 anos foram 61 internações, um total de 16%.
Lucas Galdino, médico da unidade que atua diretamente no atendimento dos setores de isolamento, fala sobre a falsa afirmativa de que pessoas mais jovens não são afetadas de forma grave e moderada. “Antes nós recebíamos o número maior de internações de pessoa mais idosa com idade acima de 60 anos. A gente não sabe se é por conta da mutação ou se é o descuido da população que está fazendo que esse perfil mude e a população mais jovem está chegando cada vez mais grave”, explicou.
O jovem Breno Oliveira, de 20 anos, estava sendo monitorado há dez dias pelo munícipio e, após apresentar um forte desconforto respiratório procurou a UPA, onde foi internado.
“Eu procurei a UPA quando não consegui mais ficar em casa, tinha muita falta de ar. Ao receber o atendimento na Unidade vi que minha saturação estava em 82 e por isso eu precisei ficar em suporte de oxigênio. Todo mundo pega COVID, não só idosos, eu acabei pegando e ficando internado”, disse.
Medidas de segurança
Ainda de acordo com o médico Lucas Galdino, é fundamental que todos mantenham as recomendações de prevenção. A falta dela interfere no número de internação dos pacientes e na rotatividade de leitos, pois sem os cuidados necessários no dia-a-dia mais pessoas são infectadas.
“A COVID-19 se trata de uma doença inflamatória sistêmica. Essas internações passam a ser um período prolongado, o tempo médio de internação gira em torno de 15 dias, que resulta na pouca rotatividade de leitos e isso congestiona o sistema de saúde”, enfatizou.
O médico alertou também para que as pessoas reforcem os cuidados com as medidas de prevenção. “Eu peço que as pessoas tomem cuidado, lavem mais as mãos, usem álcool, usem a máscara e evitem aglomerações. É importante evitar também ficar tocando os olhos e a boca”, finalizou.
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