
Com a mudança, o ministério afirma que os dados devem ser coletados diretamente com os fabricantes dos imunizantes. A decisão chega em um momento de pressão para o governo, para que o mesmo amplie o ritmo de vacinação em todo o país. Com a falta de doses, alguns municípios precisaram interromper a campanha de imunização.
Os primeiros cronogramas de entrega de vacinas apontavam projeções inviáveis da vacinação, já que o governo não levava em consideração os atrasos na entrega de insumos farmacêuticos (IFA) para a produção de imunizantes na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e no Instituto Butantan. Além disso, os dados divulgados em fevereiro incluíam as vacinas da Sputnik V e Covaxin, imunizantes que ainda não possuíam da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo a previsão de fevereiro, o país receberia 68 milhões de doses até o final de março. Porém, os dados divulgados na última quinta-feira (8) mostram que o Brasil recebeu apenas R$ 45,2 milhões de vacinas.
No ano passado, Bolsonaro rejeitou propostas de compra da Coronavac. Ele também fez duras críticas ao imunizante o chamando de "vachina", por causa da origem chinesa, e "vacina de João Doria", se referindo ao governador paulista. Na época, o presidente afirmava que não compraria a vacina mesmo se ela tivesse o registro da Anvisa. Ele alegava que a mesma não era segura, por se tratar de um produto chinês.
Após recuar, o Ministério da Saúde pediu ajuda à Embaixada da China e pediu a compra de milhões de vacinas da Sinopharm.
Com as duras críticas e pela queda de popularidade, Bolsonaro mudou o discurso e passou a defender o imunizante. Ele ainda negou que teria rejeitado as vacinas anteriormente. No dia 24 de março, o presidente divulgou um cronograma de entregas que não foi cumprido.
No documento, o país contava com 560 milhões de doses contratadas. Porém, esse total já previa a importação da Covaxin, fabricada na Índia. A questão é que a Anvisa negou a entrada do imunizante no Brasil.
Os principais acordos do Brasil são com Butantan e Fiocruz, que entregam a Coronavac e vacina de Oxford/AstraZeneca. A produção desses laboratórios depende principalmente da entrega do IFA ao País.
A meta do Butantan é entregar 46 milhões de doses até o fim deste mês, somando o volume já distribuído (38,2 milhões). A Fiocruz, por sua vez, tem o objetivo de entregar 26,5 milhões de imunizantes até o início de maio, levando em consideração que já foram entregues 8,1 milhões de doses.
DOL
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