Um caso que aconteceu no início do mês, no Espírito Santo, mostra bem o que pode acontecer quando a sede por justiça e violência tomam conta da massa. Um idoso de 74 anos foi espancado até a morte, com golpes de marretas e pauladas, após ser acusado de abuso sexual contra duas crianças, no município de Serra. Dois dias após o ocorrido, a Polícia Civil veio a público dizer que Antônio Batista da Fonseca era inocente. Tarde demais.
Segundo Rodrigo Sandi Mori, delegado da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime foi motivado por vingança após denúncias do suposto estupro. Entre os presos pelo homicídio, que já são réus, está o pai das crianças. A história teria sido inventada pela mãe das garotas, que teria tido um relacionamento amoroso de cerca de 20 dias com o idoso.
Quatro pessoas foram indiciadas por homicídio qualificado, por motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima. Elas já estão detidas. O aumento da pena é possível, pelo fato do homem ter mais de 60 anos.
Três das quatro pessoas indiciadas foram presas 16 dias após o crime, entre elas estava André Luis Alves Ferreira, de 29 anos, o pai das crianças. Dias depois, o quarto acusado se apresentou na delegacia.
Segundo o delegado, André havia pedido a outros dois envolvidos que avisassem caso vissem Antônio pelo bairro. Os dois estavam em um bar quando avistaram a vítima.
Na sequência, tiraram uma foto do idoso e mandaram a André, perguntando se era ele. André confirmou e foi ao local. Vídeos mostram uma das acusadas incitando a população contra o idoso. Uma sobrinha do homem tentou leva-lo para casa, mas André e um amigo os alcançaram, e desferiram pauladas na cabeça da vítima, até a sua morte.
“É importante salientar aqui que fazer justiça com as próprias mãos constitui crime. Cabe ao Estado, não às pessoas, o poder e dever de punir. Além disso, decisões precipitadas podem gerar consequências graves e drásticas como neste caso. Um senhor de 74 anos foi morto de maneira covarde, brutal e sem dever absolutamente nada”, disse o delegado Rodrigo Sandi Mori.
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