Uma das vítimas contou que Esney se classificava como um “intérprete da vontade de Deus” para justificar os abusos. “Ele falava que era para o meu crescimento espiritual, que era pra eu crescer na vida. Ele às vezes confunde até a mente da gente em acreditar que o que ele faz vem de Deus”, afirmou umas das mulheres em entrevista ao Fantástico.
Uma outra vítima disse ter saído do emprego após ser convencida pelo pastor a viver “só pra Deus”. “Falava que eu era lésbica e que precisava de tratamento, tratamento de Deus. Na época eu trabalhava, tinha um emprego muito bom. E ele disse que eu tinha que sair do emprego e depender de Deus. Ele falava que minha família não prestava e que eu tinha que me afastar da família”, revelou.
À jovem de 16 anos, o pastor dava “conselhos” para ela brigar com sua mãe e quebrar imagens religiosas em sua casa. Os abusos sofridos pela adolescente foram descobertos pela mãe, que desconfiou do comportamento da filha quando voltava da igreja. “Todas as vezes que ela ia, ela chegava em casa chorando e se mutilava – as pernas, as costas”, contou a mãe da vítima.
As vítimas também descreveram à polícia o lugar onde aconteceu a maior parte dos abusos. O pastor levava suas vítimas para o Morro da Serrinha, próximo ao centro de Goiânia. O local é usado como “monte das orações” pelos fiéis da igreja. Segundo as denúncias, Esney conduzia as vítimas ao local à noite, sem mais testemunhas, no carro dele.
"Era muito normal a gente ir para o monte com ele. Às vezes iam algumas meninas. Aí ele vinha, tocava no meu peito e dizia: 'Isso aqui não é nada. Isso aqui não é nada para Deus'. Pegava na minha parte íntima e dizia: 'O que é isso aqui?'. E eu falava: 'Para! Eu não gosto disso'. Eu dava crise e estressava. E ele dizia: 'Você é tão soberba e egoísta. Você acha que isso tem algum valor para Deus? Você não deixa Deus usar eu na sua vida. Cuidado que amanhã Deus vai colocar uma pessoa e vai te estuprar", relembra uma das vítimas.
De acordo com a Polícia Civil, dois inquéritos já foram abertos para apurar as denúncias, uma delas envolvendo uma adolescente de 16 anos.
“Crime de estupro, crime de importunação sexual. Tem também a posse sexual mediante fraude, tem crime de ameaça, crime de lesão corporal, porque ele batia nas vítimas”, afirmou ao Fantástico, da TV Globo, a defensora pública Gabriela Hamdan.
Em nota ao Fantástico, a advogada do pastor disse que ele já foi ouvido pela Delegacia da Mulher e que prestou todas as informações solicitadas. A defesa do pastor informou ainda que ele está colaborando com as investigações e que as denúncias não tratam de fatos praticados com violência ou grave ameaça.
Dol
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