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terça-feira, 24 de maio de 2016

Greve dos rodoviários atinge 1 milhão de pessoas

Greve dos rodoviários atinge 1 milhão de pessoas

 
Greve dos rodoviários atinge 1 milhão de pessoas (Foto: Cezar Magalhães)
Em Belém, Marituba e Ananindeua as paradas estão lotadas e nem sinal dos coletivos nas ruas. (Foto: Cezar Magalhães)
Cerca de 1 milhão de usuários de ônibus de Belém, Ananindeua e Marituba terão grandes dificuldades para usar o transporte público a partir de hoje, por causa da greve dos rodoviários, que começou nesses municípios. Ontem, a categoria decidiu pela paralisação das atividades, após reunião com representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Belém (Setransbel) terminar sem acordo. Em Belém, os rodoviários afirmaram que vão manter circulando apenas 30% dos 1.371 ônibus que compõem a frota.
Em Ananindeua e Marituba, o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8) determinou que 80% da frota circule. Porém, Huellen Ferreria, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários em Empresas de Transportes de Passageiros de Ananindeua e Marituba (Sintram), afirmou que a categoria pretende manter apenas 30% dos ônibus nas ruas. “Iremos manter 30%. Depois, o departamento jurídico vai acompanhar o caso”, disse Huellen. Pela liminar, o não cumprimento da decisão gera multa de R$ 100 mil por dia.
ASSEMBLEIAS 
A assembleia dos rodoviários de Ananindeua e Marituba foi realizada, à tarde, na sede campestre da Associação dos Servidores da Uepa (Assuepa), em Ananindeua. Os rodoviários de Belém se reuniram, às 18h, no auditório de um hotel, no bairro de São Brás. As entidades sindicais prometeram manter equipes em frente às garagens das empresas de ônibus a partir das 3h de hoje.
Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Belém, Altair Brandão, o que mais chamou a atenção foi que o Setranbel não fez nenhuma contraproposta. “Eles (empresários) não ofereceram sequer um reajuste conforme o índice de inflação, que está em 9,83%”, ressaltou. No início das negociações, os rodoviários pediam um reajuste salarial de 15%. Além disso, reivindicam um aumento no ticket alimentação de R$ 465 para R$ 600 e o aumento da clínica médica de R$ 229 para R$ 350. “Hoje (ontem), chegamos a propor um reajuste salarial de 13%, mas não tivemos resposta”, disse Rosivan Soares, diretor do Sintram.
Até o fim da assembleia, ontem à noite, o Sindicato dos Rodoviários de Belém não havia recebido nenhuma notificação da Justiça do Trabalho que estipulasse um percentual mínimo de ônibus circulando durante a greve.
Alternativas para se chegar ao trabalho 
Nas ruas de Belém, Ananindeua e Marituba, usuários do transporte coletivo buscavam soluções para não ter a rotina prejudicada com a greve. A doméstica Gisele Santos, 39 anos, usa 4 ônibus por dia para trabalhar. Ela mora na Transcoqueiro e trabalha na Pedreira, em Belém. “Ficou complicado porque vou me arriscar usando as vans”, disse.
Sair da Augusto Montenegro, no bairro Mangueirão, para São Brás também vai ser um problema para o contador Roberto Tenório, 30. 
ALTERNATIVA
“A opção é usar os meios alternativos ou negociar uma carona com alguém da empresa”, afirmou. A agente administrativo Cristina Sumaia, 57, que mora no Distrito Industrial, em Ananindeua, e trabalha no bairro do Guamá, em Belém, afirmou que compreende as reivindicações dos rodoviários. 
O funcionário público Benedito Falcão, 51 anos, que precisa pegar 4 ônibus por dia, lamentou ter de faltar ao trabalho. “Eu uso vale e não posso tirar essas passagens do meu orçamento”, disse.
EMPRESÁRIOS
O Sindicato das Empresas de Transporte de Belém (Setransbel) afirma que a tarifa de ônibus, de R$ 2,70, não contempla nem os salários atuais salários dos rodoviários. Por isso, a entidade não dispõe de condições para arcar com as solicitações dos rodoviários. 
O Setransbel entrou com uma ação na Justiça do Trabalho na qual pede que 80% da frota de Ananindeua e Marituba circule na greve. A decisão judicial foi favorárel aos empresários. Os rodoviários, porém, pretendem manter apenas 30% dos ônibus nas ruas. Até o fechamento desta edição ainda não havia decisão judicial sobre Belém.
(Denilson D'Almeida e Thamyres Nicolau/Diário do Pará)

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