Médico comentou polêmica criada após motivo da prisão da trans ter sido revelado na internet. Suzy estuprou e matou um garoto de 9 anos em 2010
09 de Março de 2020
O médico Drauzio Varella se manifestou, neste domingo (8/3), sobre o caso de uma prisioneira transexual que foi retratada em uma reportagem produzida por ele no programa Fantástico, da TV Globo. De acordo com o profissional, no momento da entrevista com Suzy Oliveira, ele não perguntou qual crime ela havia cometido.
Suzy está presa na Penitenciária I José Parada Neto, em Guarulhos, na Grande São Paulo, por estupro e homicídio de um menino de 9 anos, ocorrido em 2010. Na reportagem, Drauzio mostrou preconceito, abandono e a solidão de presas transexuais que estão alocadas em unidades prisionais masculinos.
Ao entrevistar Suzy, ela contou que estava no local há oito anos, sem receber visitas. “Muita solidão, não é minha filha”, respondeu o médico, seguido de um abraço na detenta.
A reportagem causou comoção e a interna chegou a receber 324 cartas e presentes, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária. No entanto, após uma rede de advogados publicar em uma página da internet o motivo da detenção, houve reação, com polêmica e revolta na internet.
De acordo com o processo contra Suzy, ela estuprou e matou, por estrangulamento Fábio dos Santos Lemos. A criança foi encontrada morta a 20 metros de casa, com o corpo já em decomposição. Drauzio foi alvo de críticas que questionavam se ele sabia do crime quando decidiu retratar a história da detenta.
Em nota, o médico afirmou que não, mas que não julga os pacientes. “Há mais de 30 anos, frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico a medicina, seja no meio consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico”, afirmou.
Ainda de acordo com o comunicador, ele mantém a postura mesmo em seu trabalho na televisão. “No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem, veiculada pelo Fantástico na semana passada (1º/3), não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz”, completa a nota. FONTE O IMPARCIAL
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